domingo, 12 de janeiro de 2014

‘O Maranhão é aqui’, de Carlos Brickmann

O comando político maranhense é indefensável: nos últimos 50 anos, o Estado foi governado pela família Sarney e seus aliados. Recebeu apoio de todos os lados (de Glauber Rocha, cineasta revolucionário, dos Governos militares, que tiveram Sarney entre os mais fiéis seguidores, dos mais diversos presidentes civis ─ entre eles o próprio Sarney ─ e também de Lula e Dilma), e se mantém firme como um dos mais pobres Estados do país, apesar das boas terras e do clima favorável. 
É indefensável a gestão das prisões maranhenses, em ruínas, superlotadas, dominadas pelo crime organizado. E indefensável é a posição da governadora Roseana Sarney: “Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes”.
Mas o problema não é só maranhense. No Vale do Paraíba, SP, uma das regiões mais ricas do Estado mais rico do Brasil, a superlotação dos presídios faz o Maranhão parecer um hotel-fazenda. No Maranhão, faltam 3.542 vagas para presos. No Vale do Paraíba, faltam 6.778 vagas. Junte-se o forte calor à aglomeração de presos e imagine-se o nível de tensão. 
O presidente da Associação dos Servidores Penitenciários, Jenis Andrade, disse ao jornal Valeparaibano que o PCC comanda os presídios ─ crime organizado, como no Maranhão, como na maior parte do país.
O Governo diz que o problema ocorre porque a Polícia paulista “coíbe a ação criminosa”. Sim, é a Polícia que mais prende no país ─ mas onde colocar esses presos? Que é que se espera para enfrentar o problema?

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