Prestem atenção nos trechos reproduzidos a seguir:
"É incrível o inconformismo de meia dúzia de pesssoas com a eleição de Robinson. Nós estamos trabalhando duro para reergue o Estado" (Julianne Faria - SETHAS e Primeira Dama)
"Só de dívidas herdamos mais de R$ 800 milhões. O passivo é imenso." (Robinson Faria - governador)
"'Nós estamos trabalhando muito duro para reerguer o Estado. Agora essa falsa oposição que nunca fez nada pelo RN, a não ser sugar do Estado e dos cofres públicos, haja vista a quantidade de escândalos acumulados durante toda a vida pública'. 'O povo acordou! Entendam isso', acrescentou Julianne Faria." (Jornal de Hoje)
"[...] governador diz que trabalha há cinco meses 'para recuperar décadas de atraso, provocadas pela política conhecida de todos, que buscava o benefício pessoal em detrimento do coletivo e levou os serviços públicos a uma situação caótica'." (Portal no Ar)
"Robinson comemora que 'dessa vez eles estão longe das decisões. O voto livre do cidadão potiguar elegeu um otimista e defensor do diálogo para governar o Rio Grande do Norte. E será assim todos os dias! Boa semana a todos'." (Portal no Ar)
"Defendendo a regionalização, Lagreca mandou um recado: 'A gente não quer operações Higia, Hipócrates, Sócrates. A gente quer a Operação Regionalização'." (blog Thaisa Galvão)
"O que o Blog apurou foi que o titular da Secretaria de Saúde, desde que assumiu, vem fazendo uma espécie de auditoria. E encontrou vícios com nomes, sobrenomes e outras cositas más, que poderão botar sua gestão…digamos…na lata…do lixo? Coisas dos tempos dos filósofos… Vícios.
E a papelada já está em poder do governador Robinson Faria.
Resta saber se o Estado vai ter peito para mudar o que há anos…desde o século passado…vem dominando os bastidores da saúde pública do Rio Grande do Norte." (blog Thaisa Galvão)
Secretário de Planejamento, informou que o atual governo "herdou" uma despesa com pessoal de 53,41% da receita corrente líquida (RCL), extrapolada já do limite prudencial que é 46% e do limite legal que é 49%. (Tribuna do Norte)
São tantas as menções sobre a situação crítica encontrada e anunciada pelas principais autoridades do governo que não é possível menosprezá-las.
O discurso é de total desmantelamento do aparato administrativo. A ex-governadora Rosalba e sua equipe fez referências variadas ao descalabro existente na época em que assumiu o governo e a repetição atual pressupõe que se algo foi feito não mudou muita coisa.
Fala-se em passivo, caos, dívidas enormes, destroçamento dos serviços públicos, desmandos, vícios... Isso é muito grave. Gravíssimo!
Destaco os seguintes aspectos:
1º) O desfecho do governo anterior deve servir de alerta para não se adotar a mesma estratégia: falar, falar e nada mudar... Olhe o que aconteceu e saberá o futuro;
2º) A impressão que o cidadão potiguar pode formar a partir do quadro descrito pelas autoridades constituídas é de terra arrasada. O que o controle externo tem a dizer sobre a situação? O Parlamento abriu mão da prerrogativa de fiscalizar? Não existe rotina administrativa, governança, controle interno? Existiu conluio, omissão, leniência para que se perpetrassem tantos abusos sem despertar a atenção dos órgãos e instituições de controle? Que medidas saneadoras foram adotadas e/ou que estão em andamento?
3º) Creio que não é aceitável apenas o apontamento subjetivo dos responsáveis. O "eles" não serve ao interesse coletivo, tem-se que "dar nomes aos bois". Quem fez o quê? Não se pode tolerar a malfadada estratégia da herança maldita como justificativa para tudo, principalmente para não se fazer nada, pois é visível para todos que algo de muito podre foi feito no reino potiguar;
4º) O servidor que tiver conhecimento de falcatruas com recursos públicos não pode escondê-las por falta de coragem. O que foi escrito por Thaisa Galvão é de uma gravidade sem precedentes: o secretário de saúde fez uma espécie de auditoria e repassou para o governador. A "papelada" teria a identificação de problemas históricos e graves. Repito: de acordo com a publicação a documentação estaria nas mãos do governador.
Existem apenas dois caminhos: negar que exista tal documentação (o que significaria desmentir uma das jornalistas mais bem informadas do estado) ou torná-las públicas e adotar as providências necessárias.
Vejam que a informação publicada por Thaisa Galvão é emblemática para se saber o rumo que o governador dará ao governo.
Cenário 1: O governo se calaria sobre a matéria. A população saberia que Robinson teria em mãos documentos comprometedores, mas que não utilizaria por falta de coragem ou para manter potenciais desafetos em silêncio. A reputação do governador iria para o vinagre; A reputação de Dr. Lagreca iria para o "lixo" ou restaria pedir demissão do cargo, pois não seria compatível com sua trajetória de vida. Imaginem o médico renomado descobrindo problemas que podem levar sua gestão (e a reputação) para o "lixo" e, ao fazer a coisa certa, dar conhecimento ao governador, saber que o chefe teria decidido "entubar" a "papelada" por falta de coragem e/ou conveniência política e como desdobramento deixar a gestão e a reputação do secretário (junto com a do próprio governador) ir parar no fundo do Potengi;
Cenário 2: O governo admitiria a existência da "papelada" e tomaria as providências cabíveis. É o cenário desejável. A jornalista anteciparia um momento histórico para o RN, talvez o maior "furo" de sua trajetória profissional. O Dr. Lagreca, em seis meses, teria conseguido mapear e reunir informações sobre os problemas que dominam a saúde desde o século passado e com o diagnóstico correto, e o correspondente apoio do governo, empreenderia as mudanças necessárias. Dr. Lagreca entraria para a história do RN junto com o governador.
Cenário 3: O governo nega a existência da "papelada". Aí quem vai para o vinagre é a reputação de uma das principais jornalistas do RN, com larga experiência na cobertura dos bastidores da política potiguar.
Como gosta de dizer o jornalista Boris Casoy: É hora de passar o RN a limpo.
Ou?
Deixar as reputações mergulharem nas águas, nem tão límpidas, do rio Potengi.
Glub, glub, glub!!!
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