Estamos bem perto do período eleitoral e os municípios
passam por um momento delicado. As dificuldades fisco-financeiras não são pequenas
e os problemas se tornam mais complexos à medida que o tempo passa.
A maioria das prefeituras não consegue oferecer
serviços públicos compatíveis com as demandas da sociedade. São muitos desafios
que deveriam merecer maior atenção por parte daqueles que pretendem se
candidatar.
Os prefeitos que tentarão a reeleição, os prováveis candidatos
que serão apoiados pelos gestores que estão no segundo mandato e os candidatos
da oposição não oferecem perspectivas. Ficam num fogo cruzado, trocando
acusações e insultos, uns acusando aos outros de toda sorte de irregularidades
e desmandos. E o mais desastroso para o povo é que em boa parte das situações
todos dizem a verdade.
Um deserto de ideias? Alheamento da realidade? Estariam
de olho apenas no poder e no cofre?
Não vou perder o otimismo e proponho aos diversos
candidatos e candidatas que se interessem mais pelos problemas reais e menos
pela politicagem.
DESAFIOS DA GESTÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: A Estratégia de Saúde da Família
Tem-se como certo que organizar um serviço básico de
saúde que atenda as necessidades e expectativas da população está entre as
tarefas mais difíceis. A organização
pressupõe fazer funcionar adequadamente a Estratégia de Saúde da Família – ESF
e dentre os diversos problemas, tem-se as dificuldades relacionadas ao
atendimento da jornada de trabalho de 40 horas semanais por parte dos
profissionais, sobretudo, os médicos.
A precarização dos vínculos trabalhistas dos
profissionais que compõem as equipes permite aos gestores ‘flexionar’ a jornada
de trabalho e atender as exigências dos médicos para trabalharem bem menos do que
às 40 horas.
A questão é bastante complexa porque a demanda por
profissionais médicos é maior do que a oferta e os recursos repassados pelo Ministério
da Saúde, acrescidos da contrapartida municipal, ainda ficam bem aquém das
expectativas dos profissionais ou, em outros termos, as prefeituras teriam que
desembolsar uma soma considerável para ‘convencer’ um médico a se dedicar 40
horas semanais ao PSF.
Como não tem disponibilidade para tal acabam por
tolerar jornadas mais flexíveis e, claro, acabam por comprometer os serviços
prestados.
Outra reclamação permanente diz respeito ao perfil
do profissional que não seria o mais adequado para o PSF. Em relação ao perfil
de médicos que atuam em nossa região, pode-se afirmar com grande margem de
segurança que, efetivamente, o vínculo precário é desejado, pois a grande
maioria tem vínculos estáveis e o PSF é o ‘complemento’.
Em resumo:
- subfinanciamento;
-
escassez de profissionais com o perfil adequado;
-
precarização de relações trabalhistas;
-
necessidade de qualificar o serviço para atender as expectativas da sociedade.
Como resolver o problema?
Mais AQUI.
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